Quem foi que tocou a balada das ironias
E me embalou o corpo em metáforas e paredes frias
Matou a sede com eufemismos e lágrimas
Deixou-me adormecer ao ombro o virar da página
E se eu disser que o meu peito se gastou
A raspar nos muros que a tua aura saltou
Será que te vejo olhar para trás
Quem foi que pintou a cidade em tons de luto
Partiu sem acabar esqueceu o teu vulto
Abracei promessas tingi-as de fantasia
Mas por dentro eram estilhaços da tua moldura vazia
E se eu disser que o meu peito se gastou
A raspar nos muros que a tua aura saltou
Será que te vejo olhar para trás