A cisma valsa do desencontro

Quem foi que tocou a balada das ironias
E me embalou o corpo em metáforas e paredes frias
Matou a sede com eufemismos e lágrimas
Deixou-me adormecer ao ombro o virar da página

E se eu disser que o meu peito se gastou
A raspar nos muros que a tua aura saltou
Será que te vejo olhar para trás

Quem foi que pintou a cidade em tons de luto
Partiu sem acabar esqueceu o teu vulto
Abracei promessas tingi-as de fantasia
Mas por dentro eram estilhaços da tua moldura vazia

E se eu disser que o meu peito se gastou
A raspar nos muros que a tua aura saltou
Será que te vejo olhar para trás

Luis Santos

luis@luissantos.pt

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